O umbandista possui uma casa que lhe serve de unidade de
trabalho e aconchego de sua própria alma. Esta casa é chamada carinhosamente de
terreiro.
O terreiro umbandista é o reflexo da qualidade inerente a
toda e qualquer prática umbandista, ou seja, a humildade. A nenhum terreiro
umbandista é dado o direito de ostentar a luxuosidade, de transparecer a
soberba e tampouco a demonstrar a avareza. O terreiro de Umbanda deve ser
limpo, deve ser harmonioso e deve refletir, em sua estrutura e em seu trabalho
mediúnico, o íntimo daquela comunidade religiosa, o íntimo daquela corrente
mediúnica.
Fazemos aquilo que nosso trabalho caritativo nos permite
fazer para manter as instalações de nossos templos condizentes com a nossa
ética e com a grandeza de nosso trabalho. O terreiro umbandista goza dos mesmos
direitos e obrigações que qualquer outro templo religioso possui, seja uma
igreja católica ou uma mesquita muçulmana.
É composto por uma comunidade religiosa organizada nos ditames
de uma instituição basilar de nossa sociedade, a família. Os médiuns da
corrente são os filhos de santo e seus dirigentes espirituais sãos seus pais e
suas mães de santo. Os cuidados com os filhos de santo não são diferentes com
os cuidados que um pai e uma mãe tem com seus filhos carnais. Os laços
estabelecidos em uma corrente mediúnica são os laços de uma verdadeira
irmandade. São conceitos que devem estar no coração de cada umbandista. Caso
contrário, o templo de Deus, o terreiro de Olorum estará edificado em base
movediça e cairá a qualquer momento. Sem base sólida não há estrutura que se
mantenha em pé, seja esta estrutura um ser vivo ou uma edificação de areia e
pedras.
Esta casa de santo, o terreiro, recebe a comunidade de seu
entorno de forma regular para que, incorporados ou não, seus médiuns prestem o
atendimento caritativo necessário e obrigatório impostos pela Lei de Umbanda.
Disse o nosso herói fundador, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, que a Umbanda é
a manifestação do espírito para a prática da caridade. Caridade esta que é
prestada aos necessitados sem nenhuma distinção e sem cobrança de ordem
monetária. Aqui está o fundamento que traz a razão de existir da religião
Umbanda, o atendimento aos necessitados, pois aquilo que recebeste gratuitamente
da espiritualidade gratuitamente será dado àqueles que a espiritualidade lhes
encaminhar. Eis a razão da Umbanda. Eis a razão das Linhas de Trabalho de
Umbanda existirem.
Diga-me com quem anda e eu te direi quem és. Se você anda ao
lado de um umbandista encontrará estes deveres e estas seguintes qualidades.
O umbandista é um religioso por sua própria definição. Deve
adorar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, pois, a
Umbanda, possui a tradição e ética cristã como assim possui o nosso país. O
umbandista deve preservar a morada primária dos Orixás com todas as suas
forças. De nada nos serve um rio poluído. Nenhuma força espiritual possui uma
cachoeira depredada. De nada nos serve um planeta sem verde, um planeta sem
matas, um planeta sem florestas. O umbandista deve preservar a fauna e a flora.
Não teria sentido ser de outra forma. Não há razão para agirmos de forma
diferente.
A conduta do umbandista deve ser sincera, honesta e
desprovida de preconceitos, pois do preconceito de uma mesa kardecista surgiu a
nossa religião. Devemos seguir a máxima umbandista que diz:
“A todos os espíritos acolheremos. Com aqueles que sabem
mais aprenderemos e aqueles que sabem menos serão ensinados”.
A retidão de conduta, a manutenção de seu nome e a honradez
de seu terreiro devem ser preservados por meio das atitudes dos médiuns e de
seus dirigentes espirituais. Todos possuímos defeitos e sabemos que perfeitos
nunca fomos. Se fossemos perfeitos não estaríamos aqui aprendendo com aqueles
que sabem mais e ensinando aqueles que sabem menos.
O umbandista deve preservar as tradições de sua própria
religião e de sua escola de Umbanda. Deve respeitar a hierarquia de seu
terreiro e de sua raiz umbandista. A ordem gera condições para que a humanidade
progrida.
O umbandista deve ser um exemplo para sua comunidade
religiosa e para a comunidade de seu entorno. O umbandista deve ser um agente
motivador da espiritualidade de seus semelhantes espelhando a valentia e
honradez do caboclo, a sabedoria do preto velho e a alegria harmoniosa da
criança.
O umbandista, seja ele sacerdote ou filho de santo, ao
cumprir com seus deveres estará praticando a verdadeira e legítima Umbanda, um
caminho que leva à retidão e a transformação da alma. Um caminho que nos leva a
Deus em sua plenitude.
*Texto interessantíssimo extraído da internet, mantida a sua total originalidade.
Amor, Verdade e justiça
Saravá Umbanda !
Pai Josimar da Capadócia