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domingo, 24 de fevereiro de 2013

" PRETOS VELHOS " A sabedoria que vem das Senzalas !



Pai Antonio foi o primeiro preto-velho a se manifestar na Religião de Um­banda em seu médium Zélio Fer­nandino de Morais onde se esta­be­leceu a Tenda Nossa Senhora da Pie­dade. Assim, ele abriu esta “linha” pa­ra nossa religião, introduzindo o uso do cachimbo, guias e o culto aos Orixás.



O “Preto-velho” está ligado à cul­tura religiosa Afro Brasileira em geral e à Umbanda de forma especí­fica, pois den­tro da Religião Umban­dista este termo identifica um dos elementos for­madores de sua litur­gia, representa uma “linha de tra­balho”, uma “falange de espíritos”, to­do um grupo de mentores espi­ri­tuais que se apresentam como ne­gros anciões, ex-escravos, conhe­ce­­dores dos Orixás Africanos.



São trabalhadores da espiritua­lidade, com características próprias e cole­tivas, que valorizam o grupo em detri­mento do ego pessoal, ou seja, são simplesmente pretos e pretas velhas com Pai João e Vó Maria, por exem­plo.

Milha­res de Pais João e de Avós Maria, o que mostra um trabalho desper­sonalizado do elemento indivi­dual valorizando o elemento coletivo identificado pelo ter­mo genérico “preto-velho”. Muitos até dizem “nem tão preto e nem tão velho” ainda assim “preto velho fulano de tal”.  A falta de informa­ção é a mãe do precon­ceito, e, no caso do “preto-ve­lho”, muitos que são leigos da cultura religiosa Umbandista ou de origem africana desconhecem  valor do “preto-velho” dentro das mes­mas.

Preto é Cor e Ne­gro é Raça, logo o ter­mo “preto-velho” tor­na-se caracte­rís­tico e com sentido ape­nas dentro de um con­texto, já que fora de tal contexto o termo de uso amplo e irres­trito seria “Negro Vel­ho”, “Negro An­cião” ou ainda “Ne­gro de idade avan­çada” para iden­ti­fi­car o ho­mem da ra­ça ne­gra que encon­tra-se já na “terceira idade” (a melhor ida­de). Por conta disso alguns sentem-se des­con­for­táveis em utilizar um ter­mo que à primeira vista pode parecer des­respei­toso ao citar um amável senhor negro, já com suas madeixas bran­cas, cachimbo e sorriso fácil, por trás do olhar de homem sofri­do, que na humildade da subju­gação forçada e escrava encontrou a liberdade do espí­rito sobre a alma, através da sabedoria vinda da Mãe África, na figura de nossos Orixás, vindo de encontro à imagem e resignação de nosso senhor Jesus Cristo.



Alguns preferem chamá-los ape­nas de “Pais Velhos” o que é bonito ao ressaltar a paternidade, mas ao mesmo tempo oculta a raça que no caso é motivo de orgulho. São eles que sou­be­ram passar por uma vida de escravidão com honra e nobreza de caráter, mais um motivo de or­gulho em se auto-afirmar “nêgo véio” e ex-escravo; talvez as­sim se man­tenham para que nunca nos esque­çamos que em qualquer situa­ção temos ainda opor­tunidade de evo­luir. Quanto mais adver­sa maior a oportu­nidade de dar o testemunho de nos­sa fé.



O “preto-ve­lho” é um ícone da Umban­da, resu­min­do em si boa parte da filosofia um­ban­dista. Assim, os es­pí­ritos desen­car­­nados de ex-es­cravos se iden­ti­fi­cam e muitos ou­tros que não foram escra­vos, nesta con­dição, as­sim se apre­sentam tam­bém em home­nagem a eles, por tê-los como Mes­tres no astral.





No imaginário po­pular, por falta de informação ou por má fé de al­guns formadores de opinião, a ima­gem do “preto-velho” pode estar asso­ciada por alguns a uma visão preconceituosa, há ainda os que se assustam “com estas coisas” pois não sabem que a Um­banda é uma religião e como tal tem a única proposta de nos religar a Deus, mani­festando o espírito para a caridade e de­senvol­vendo o senti­mento de amor ao pró­ximo.  Não existe uma Umbanda “boa” e uma Umbanda “ruim”, existe sim única e exclusi­vamente uma única Umbanda que faz o bem, caso con­trário não é Umbanda e assim é com os “Preto-velhos”, todos fazem o bem sem olhar a quem, caso con­trário não é de fato um “preto-velho”, pode ser alguém disfarçado de “velho-negro”, o “preto velho” tra­balha única e exclusivamente para a caridade es­piritual.



São espíritos que se apresentam des­ta forma e que sabem que em essência não temos raça nem cor, a cada encarnação, temos uma expe­riên­cia diferente. Os pretos velhos trazem consigo o “mistério ancião”, pois não bas­ta ter a forma de um velho, antes, precisam ser espíritos amadurecidos e reconhecidos como irmãos mais velhos na senda evo­lutiva.



Quanto menos valor se dá a for­ma, mais valor se dá à mensagem, e “preto-velho” fala devagar, bem bai­xinho; quando assim se pronun­cia, to­dos se aquietam para ouví-lo, parece-nos ouvir na língua Yorubá a pa­la­vra “Atotô”, saudação a Oba­luayê que quer dizer exatamente isso: “silêncio”.



Nas culturas antigas o “velho” era sempre respeitado e ouvido co­mo fonte viva do conhecimento an­ces­tral. Hoje ainda vemos este cos­tume nas culturas indígenas e ciga­nas. Algumas tradições religiosas man­têm esta postura frente o sacer­dote mais velho, trata-se de uma he­rança cultural religiosa tão antiga quan­to nossa memória ou nossa his­tória pode ir buscar, tão antigos também são alguns dos pretos velhos que se manifestam na Umbanda.

Muitos já estão fora do ciclo reen­carnacionista, estão libertos do karma, já desvendaram o manto da ilu­são da car­ne que nos cobre com paixões e ape­gos que inexora­vel­mente ficarão para trás no caminho evolutivo.

Por tudo isso e muito mais, no dia 13 de Maio, dia da libertação dos es­cravos eu os saúdo: “Salve os Pre­tos Velhos! Sal­ve as Pretas Velhas! Adorei as Almas!  

Meu Axé a todos os irmãos de Lei

Pai Josimar da Capadócia
  


terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CABOCLOS DA UMBANDA




Caboclo, na Umbanda, é um mistério, uma linha de trabalho, uma falange, um grau. É o identificador de entidades que trabalham na vibração ligada a Oxóssi, o orixá das matas e do conhecimento.

Nas linhas de ação e trabalho dos caboclos “são incorporados milhares de espíritos cujas religiões não eram a ioruba nem a indígena brasileira. Mas todos têm uma forma de incorporação bem característica” ...

“Na Umbanda, os caboclos têm uma função relevante, pois são eles que assumem a frente nas linhas de trabalho dos médiuns. Os caboclos são o elo de ligação do médium com os orixás”.  “Nas linhas de caboclos estão ocultos sob formas plasmadas grandes sacerdotes desencarnados já há muitos séculos, muitos sábios, filósofos, professores e sacerdotes dos mais variados rituais...”) (Rubens Saraceni – Umbanda Sagrada – Madras Ed.)

O arquétipo do caboclo índio brasileiro é bastante forte e “só espíritos com uma noção superior sobre as verdadeiras leis da vida poderiam ser enviados à Terra para, incorporados em seus médiuns, orientar os infelizes encarnados ... Só mesmo os nossos índios simples e cultuadores da verdadeira irmandade poderiam pregar o amor entre pessoas mais preocupadas com o sucesso pessoal do que com o bem-estar dos seus semelhantes”. (Rubens Saraceni - Os Arquétipos da Umbanda – Madras Ed.)




Os caboclos representam a simplicidade, a humildade, a coragem e a persistência. Os índios tinham elevadíssimas noções de conduta e moral e a mentira, a dissimulação e a falsidade não se desenvolveram entre eles. Pela moral, caráter, espiritualização, fraternidade, etc., a Umbanda tem no índio um dos graus mais elevados e o arquétipo para esta linha de ação e trabalho.

Os caboclos são o braço forte da Umbanda; representam a força e a energia dos trabalhos, agindo sempre com muita altivez, como desbravadores dos caminhos da espiritualidade e da fé. São espíritos que se apresentam fortes, vibrantes e trazem as forças da natureza e a sabedoria no uso das ervas. É na irradiação benéfica das matas que espíritos são curados, doutrinados e encaminhados pelos caboclos.

“Os caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. ... Ajudam-nos a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas)”.

Há caboclos(as) na irradiação de todos os Orixás, mas a linha de trabalho dos nossos queridos Caboclos e Caboclas no ritual de Umbanda Sagrada é sustentada pelo mistério Orixá Oxossi. Os caboclos e caboclas são doutrinadores de nossa Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração. São trabalhadores dos mistérios à direita dos Sagrados Orixás.

Sua linha é forte, pois são aguerridos, persistentes e movimentam essências dos Tronos de Deus. São espíritos que se consagraram aos mistérios dos Orixás e servem à sua  direita, com um nome simbólico que identifica a "falange" na qual eles trabalham.

                                                           Meu Saravá á todos os irmãos de Lei


                                                                    Pai Josimar da Capadócia

domingo, 17 de fevereiro de 2013

EXU, O que é um Exu ?



Mesmo não conhecendo nada de Umbanda, provavelmente você já deve ter ouvido alguma história sobre a emblemática figura dos Exús. Tenho quase certeza que você já ouviu alguém assimilando sua imagem ao demônio, a feitiçaria ou a qualquer imagem negativa que possa existir. Se você conhece algum membro do movimento Neo-Pentecostal, em especial a IURD, a chance de você ter acreditado no “Demônio Exú” é ainda muito maior, fruto principalmente do trabalho de demonização orquestrado pelo seu líder, o EX-UMBANDISTA Edir Macedo.
Exú realmente é uma figura emblemática para que os desconhece. Até mesmo membros da própria Umbanda se confundem e acabam por perpetuar essa ideia negativa destes dedicados trabalhadores do Astral, seja através do uso daquelas estátuas grotescas, vermelhas e cheias de chifes e garras, que dizem representar seus guias, ou até mesmo pela falta de preparo em alguns terreiros, onde Kiumbas acabam se passando pelo papel de Exús e cometendo ações que em nada tem a ver com o trabalho destes gardiões.
Abaixo segue um texto psicografado por Pai Geró, dirigente do C.E.U Esperança, onde um destes trabalhadores da linha de Exú relata a verdadeira missão destes dedicados guardiões.
Onde se faz necessária a segurança e defesa contra energias negativas do Astral, lá está um destes guardiões pronto para ajudar.
Laróyè Exú!

Muitos são os que gostam de colocar dentro de centros ou terreiros de Umbanda aquilo que suas mentes acham a respeito da figura de  Exu! E muitos são os que externam em suas manifestações mediúnicas aquilo que carregam dentro de si, atravessando na  maioria das vezes a vontade do espírito que se manifesta no intuito de fazer crer que realmente está incorporado. Tais práticas nos mostram diariamente em algumas manifestações “aberrações” não  permitindo que a figura do guardião se manifeste realmente como ele é.
Com o espetáculo de exagero que vemos em alguns médiuns a imagem da Umbanda cada vez mais se torna ofuscada perante aqueles que ainda não a conhecem em sua essência sagrada dando aberturas assim às diversas criticas que encontramos referenciando nossa imagem a demônios, bruxos, obsessores fazendo por responsabilidade de determinados médiuns desconhecida a real finalidade de nosso trabalho nos centros.
Exu de lei como assim tomo a liberdade para designar nossa classe de servidores, atuam não somente dentro de centros de Umbanda, mas também nas casas tidas como Kardecistas, repartições publicas, ruas, bairros, cidades, estados e em toda a parte que energeticamente se necessite manter a ordem e o equilíbrio (N.B.: inclusive, nas IGREJAS EVANGÉLICAS). Em um centro agimos como guardas que zelam pelo equilíbrio energético do mesmo, de seus médiuns e freqüentadores, impedindo espíritos desequilibrados de adentrarem o mesmo e criarem a desordem. Tambématuamos na organização das caravanas que seguem nestas casas de espíritos em tratamento, tanto no horário de atendimento dos encarnados como quando as mesmas se encontram fechadas somente aos olhos humanos.
Nas ruas temos grupos divididos em responsabilidade orientada por um Guardião Maioral que comanda toda uma região e em cada posto aquele que assume de acordo com o seu grau de responsabilidade e preparo a guarda energética do mesmo. Ainda nos dividimos em grupos de resgates de espíritos e desequilíbrios diversos que se encontram não somente no plano de ação humano, mas também em campos de baixa vibração.
Compomos a guarda do astral e não nos vendemos ou impressionamos com bebidas, charutos e demais elementos que tem sua função concentradora de energia para determinados fins, vale lembrar que manuseamos estas mesmas energias no plano astral com ou sem o elemento e também muitas vezes os mesmos são utilizados para ”aqueles” que precisam ver para crer.
Nossa guarda se estende para hospitais, escolas, prisões e também aonde se usa a batina e a hóstia como culto ao Rabi da Galiléia. Muitos nos ignoram, julgam e outros até evitam falar de nós, mas o que todos se esquecem de é que sem guarda fica difícil manter o
equilíbrio em certas situações.
É preciso conhecer para se respeitar!
É preciso abrir a mente e os olhos do espírito para ver o que esta acontecendo a sua volta, não estamos em um parque de diversões, estamos em um planeta em fase de evolução constante e competido por forças tanto da luz, quanto das trevas.
O preconceito e a falta de informação são um câncer que nos devora gradativamente, é preciso refletir e acima de tudo abrir sua mente.
Aos médiuns invigilantes, cada um a seu tempo colhe o que plantou.
Aos desinformados a oportunidade é vindoura!
Assim caminha a humanidade rumo a luz, e nós guardamos sempre  este caminhar!
Saudando as forças de todos! Saudando o Criador e todos os seus emissários do bem!
Na guarda da luz!

                                                         Salve Seu Sete Encruzilhadas
                                                   Meu companheiro de longas jornadas
                                                       Salve Todos os meus irmãos de Lei

                                      EXU SETE ENCRUZILHADAS  ( História )


Sendo um exu trabalhador e com muita luz o senhor  Sete Encruzilhadas é um verdadeiro guerreiro que luta para difundir a  Umbanda e seus fundamentos.Segundo relatos,em sua última encarnação ele viveu no bairro de São Cristóvão, na cidade do  Rio de Janeiro.

 Desencarnou quando era muito jovem,aproximadamente  26 anos, vitima de um assalto,sendo espancado até a morte.Viveu um longo período de sofrimento  no Umbral,onde os sentimentos de vingança lhe dominavam a alma,tais sentimentos o atormentavam muito,quando foi socorrido por uma alma solidária e amiga, que aos poucos lhe mostrava novamente os caminhos do bem,da gratidão e do amor.

 Após uma fase de repouso do estado de prostração que sofreu,ele  começou pouco a pouco,a abrir seus olhos e enxergar a verdadeira estrada,cujo caminho tem uma longa escada que nos leva ao Pai.Quando recuperou-se um pouco, foi convidado por  Ricardo( Uma alma de muita luz), para trabalhar nas colheitas do bem

Ricardo é conhecido no mundo espiritual como: Exu Malandrinho do Cruzeiro das Almas,ele é o Chefe dos Exus que forma  a Equipe de Guardiões e Protetores do ” Templo Espiritualista Novo Amanhecer”.Com esse convite vieram as chances de se redimir e reparar os erros que havia cometido no passado.

 Paulo ( Exu 7 Encruzilhadas das Almas)  quando aceitou o convite de trabalhar ao lado dos demais espíritos de luz (Exus) ingressou na linha de trabalhadores de esquerda, com o nome de Exu Sete Encruzilhadas das Almas

                                         Valei-me meu amigo e Compadre de todas as horas e todos os momentos.


                                                             PAI JOSIMAR DA CAPADÓCIA

                                                                    Fevereiro de 2013